Indumentária
A coleção de indumentária assinada por mestres da alta costura internacional, como Charles Worth, é símbolo histórico não só do refinamento das mulheres da casa, como também do quanto elas tinham acesso e estavam inteiradas dos acontecimentos e influências de outros continentes. Esse acervo é constituído por 44 peças, entre roupas e acessórios muito variados: são trajes para passeio, montaria, festas e roupas para dormir, além de sapatos, sombrinhas, chapéus e leques. Essa variedade agrega valor à coleção, já que é difícil encontrar reunidas peças que cubram contextos tão diversos.
Dentre elas, 15 possuem etiquetas de grife, com peças assinadas por grandes mestres como A. Felix Breveté, Rouff, Morin & Blossier e Charles Worth, considerado o primeiro grande criador de moda e inovações como a apresentação prévia de coleções através de desfiles e a identificação de suas peças com etiquetas assinadas, introduzindo a ideia de grife. Podemos dizer que somos o segundo Museu no Mundo a possuir uma maior concentração de peças desse renomado estilista. Além disso, os trajes em geral têm procedência francesa e datam das últimas décadas do século XIX e primeiras do século XX, um momento em que, no cenário europeu, Paris era o centro da Alta Costura e ditava os critérios de elegância.
Devido à raridade e à importância não só para o nosso país, como também para a história da moda mundial, a coleção de indumentária do Museu Casa da Hera vem ganhando destaque cada vez maior entre cursos da área e Comitês Internacionais. Além disso, visitas técnicas para conhecer especificamente a indumentária da Família Teixeira Leite têm sido agendadas anualmente.
Esse reconhecimento reforça a relevância do patrimônio e demonstra que o Museu Casa da Hera se destaca não só pela importância política e econômica da família Teixeira Leite e pela arquitetura da Casa, mas também pelo acervo singular de indumentária que compõe o cenário de riqueza e registra o modo de vida da mais alta aristocracia cafeeira do século XIX.